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O que é corrimento vaginal?
Você possivelmente está ou já esteve entre as mulheres que ficam preocupadas ao notar um corrimento vaginal na sua roupa íntima, né? Porém, desde já, é importante saber que isso não é sinal de falta de higiene ou doenças!
Segundo a ginecologista e obstetra Débora Tonetti, nós temos que mudar a cultura que envolve a secreção vaginal. Muitas mulheres se incomodam e criam a expectativa de chegar ao final do dia com a calcinha limpa, mas isso não é uma realidade. Além disso, elas ficam incomodadas e acabam utilizando protetores íntimos diariamente. Porém, esse tipo de protetor causa mais danos que benefícios, pois, impedem a ventilação da região.
Mas, afinal, o que é o corrimento vaginal presente na vida das mulheres?
Ele nada mais é do que uma secreção natural, esbranquiçada ou transparente, formada principalmente por células mortas, muco do colo uterino e micro-organismos que protegem a flora vaginal. Isso significa que além de natural, ele é necessário para lubrificação e umidificação da vagina.
Veja também: Vulva ou vagina? Não é a mesma coisa e não são todas iguais
Da mesma forma, o Dr. Drauzio Varella informa que o corrimento vaginal é absolutamente normal, porém, é necessário observar alguns fatores como cor, odor e volume. Pois, quando alterados, podem indicar doenças possivelmente de origem infecciosa. E, neste caso, devem ser tratadas.
Isso ocorre pois, nossa vagina possui pH, bactérias e umidade, e por se tratar de uma região sensível a mudanças, permite que qualquer alteração dentro ou fora do nosso corpo, como emoções e até mesmo produtos de higiene íntima, causem um desequilíbrio nesses fatores que resultará em uma possível infecção.
Diferença entre corrimento e muco cervical
De acordo com a ginecologista e obstetra Isabela Aguiar, enquanto o corrimento vaginal é natural da vagina quando não há cheiro, coceira ou dor, o muco cervical vem do colo do útero, se origina das fases do ciclo menstrual e tem a ver com a variação hormonal durante elas.
O muco cervical é um dos principais componentes do corrimento vaginal e ao longo das mudanças do seu ciclo ele também vai mudando seu aspecto, como de seco para úmido e de elástico para pegajoso, por exemplo.
Corrimento e o ciclo menstrual
Como já citado, o corrimento vaginal ajuda a distinguir as fases do nosso ciclo menstrual. A maior parte da secreção é produzida nos dias antes ou durante a ovulação.
Nesse sentido, pode ser observado que ele aumenta durante a primeira fase do ciclo, onde há o aumento também do estrogênio. Assim, ele fica mais abundante, transparente e “gelatinoso”.
Logo depois da ovulação, o volume do corrimento vaginal cai e permanece assim até o final do ciclo.
Quando se preocupar com seu corrimento vaginal?
Para saber se você deve ir ao ginecologista, veja se seu corrimento apresenta uma cor diferente do normal, como um tom amarelado, esverdeado, acinzentado entre outros, e também se há a presença de um cheiro forte. Além disso, note se você sente uma coceira em sua região íntima. Possivelmente esses são sintomas de infecção vaginal ou alguma infecção sexualmente transmissível.
Desse modo, confira alguns fatores que podem provocar infecções vaginais:
- Roupas apertadas que aumentam a temperatura e impedem o contato com o ar
- Relações sexuais sem o uso de preservativos
- Doce e carboidratos em excesso
- Duchas vaginais em excesso
- Perfumes, cremes, tecidos, sabão e outros que podem gerar alergia
- Falta de higiene
- Antibióticos
Além desses fatores, tem muitos outros que podem provocar o desequilíbrio na flora vaginal.
É possível ter corrimento na gravidez?
Sim, é possível e vou te contar o porque!
Quando a mulher engravida, os hormônios sofrem alterações que podem influenciar na saúde da vulva e vagina. Sendo assim, tanto a flora quanto o pH vaginal se alteram e ocorre um aumento da secreção produzida pelo colo do útero.
Esse aumento, por sua vez, é considerado normal no início da gravidez quando é sem cheiro e não se associa a outros sintomas.
Porém, isso deve ser observado com cuidado, pois, infecções como candidíase e vaginose, por exemplo, podem ocorrer durante a gravidez e devem ser tratadas o mais rápido possível, de forma especial e diferente das outras mulheres.
Como prevenir o corrimento vaginal de origem infecciosa?
Algumas ações simples do nosso dia-a-dia podem ajudar bastante na prevenção de infecções vaginais.
A vulva, que é a parte externa do nosso órgão sexual, pode e deve ser bem lavada, com água e sabão de pH neutro a fim de limpar o suor, sangue menstrual e outros resíduos que acabam ficando nesta região.
Já a vagina, que é a parte interna, é uma região autolimpante e habitada por lactobacilos que trabalham mantendo o pH dessa região ácido, impedindo a proliferação de fungos e bactérias indesejadas.
Isso quer dizer que, se você faz o uso de duchas íntimas, pare agora! Essa prática desequilibra totalmente o pH e favorece a propagação dos fungos e bactérias já citados. Portanto, nessa região interna, somente água corrente é o suficiente.
Confira dicas de como prevenir corrimento vaginal de origem infecciosa:
- Usar calcinha de algodão
- Não usar protetor diário se não for de algodão
- Evitar uso de lenços umedecidos e papel higiênico com perfume
- Evitar esfregar muito essa região
- Ter uma dieta equilibrada evitando doces e consumindo frutas, legumes e verduras
- Fazer sexo seguro
Outra coisa que muitas mulheres acabam fazendo, é se medicar por conta própria, e isso pode piorar a situação!
Remédios caseiros e naturais, banhos de assento e vaporização do útero, por exemplo, são técnicas que devem ser realizadas somente com prescrição de um profissional. Do contrário, pode agravar o problema que você tiver!
Sobre a(o) Autor(a)
Waleviska é uma autoridade no assunto de sexualidade e produtos eróticos, além de ser uma empreendedora e proprietária da empresa DSS Distribuidora Sex Shop. Com o seu e-book Vibra-se Mulher, ela mostra sua expertise e conhecimento no tema. Sua missão é acabar com os tabus e dúvidas sobre sexo e está pronta para ajudar todas as suas leitoras(es) a entenderem mais sobre esse universo.
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